expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass' onkeydown='return checartecla(event)'>

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Quem está valsando agora?

Iniciei com esse titulo, mas poderia ser com qualquer outro... Enfim, a minha intenção real era fazer uma brincadeira e vocês vão notar isso, pois o nome da banda é "A valsa de Molly". Estou aqui então, como uma entusiasta de quem produz arte, divulgando a arte produzida pelos artistas da minha terra.
Enfim...Espero que curtam!

A valsa de Molly - Cometer

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sentir e ser humano é às vezes sofrer...


 Morrer por amor? Me poupe.
- Mas ninguém aqui falou de morrer, nem abrir nenhuma fenda nem nada...
O que eu não consigo é entender quem diz que tem sentimentos e não é capaz de sofrer ou se machucar com a presença deles. A indiferença, a frieza, é o sinal claro de que alguém é insensível. E sabe o que é insensível? Aquele que não sente ou que perdeu a capacidade de sentir. Está dormente. Está dormindo. É o tipo de sujeito que não é afetado ( e é disso que adivinhem o nome "afeto"), não é comovido com as coisas ao redor, com o mundo, com a vida. Não sente cada detalhe, cada pedaço, cada resquício que ninguém notou e se brincar, continuará sem notar. Não percebe cada sinal e o pior, os sinais que vê, acha todos parecidos, como um jardim cheio de flores que aparentemente são iguais, mas ainda sim são diferentes.
Quem vive de verdade, sente. Respira e sente a própria respiração e por isso pode dizer: estou vivo. Se beija, sente o beijo. Se ama, sente o amor. Se chora, sente a lágrima. Se sorrir, sente o sorriso e só por isso, já vale a pena dizer: estou vivo.

Então por que dizer que se sofre por algo, parece sempre tão horrível, tão piegas, tão ridículo, se o maior desejos de alguns é "recuperar a capacidade de sentir", já perdida pelo excesso de racionalidade onde é necessário sentir. Por que morreram e como espíritos "que vagam", pensam estar vivos.
Sentir e ser humano é às vezes sofrer...
não digo com isso, no entanto, que devamos ficar mergulhando no sofrimento, mas que sofrer também é necessário e as vezes inevitável, então nos resta aceitar o sofrimento e "saber sofrer", entendendo que ele é necessário para a reflexão, para autoafirmação, para o auto-aprendizado. Estar vivo no mundo é se sentir parte dele e comover-se com ele, pois só uma estátua permanece fria e inexpressiva à vida.

domingo, 21 de agosto de 2011

Mergulhar, entender: Modificar-se.

Dizia Euclides da Cunha: "Um sertanejo é, antes de tudo, um forte."
Um escritor é, para mim, antes de tudo, um sonhador. Ele é um sonhador e fabrica muitas vezes também um sonho para quem não tem. Seja esse sonho identificado por meio de um ideal, de uma frase que nos atinge e emociona ou um personagem que representa o que formos, o que somos ou o que pretendemos ser. A literatura serve para isso, para emocionar, transmitir mensagens; sensibilizar. Quantas vezes lemos algo que nos tocou profundamente e que nos deu a impressão de que antes de lê-lo eramos um e depois algo mudou? Quantos livros marcam e até fazem parte da construção constante de nossa personalidade, essa imagem inacabada... Esse quebra-cabeças "eterno"? Assim como as pessoas, quando mergulhamos para entendê-las, nos provocam sensações, emoções, tormentas e modificações; os livros e a arte também. Uns mais que outros. Algumas leituras são incansáveis e sempre novas. Um livro, com o passar dos anos, nunca é o mesmo. Hoje é lido de uma forma, em um contexto, e outro tempo ele é lido de outra forma. Aliais, o livro até é o mesmo: As páginas continuam as mesmas, a escrita também; mas nós não e por isso a maneira como recebemos a mensagem torna-se diferente.

Gostaria de propor uma coisa então, que pode até ser considerada como um "exercício filosófico": Que cada um faça uma lista de livros, filmes e pessoas que passaram nas suas vidas e que transformaram, mudaram algo ou marcaram a construção de vossas personalidades. E então, se indaguem:
1- Por que isso te emocionou, te tocou?
2- O que isso te trouxe de novo?
3- Como você costumava ser antes disso? como passou a ser depois disso? Conseguiria explicar?

Sou um pouco ou muito historicista nesse sentido. Acredito que mergulhar ajuda a entender. E entender as vezes pode provocar as mudanças.  Mergulhar, entender: Modificar-se.


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Dias tristes (Les Jours Tristes)


É difícil
Difícil não sentar em suas mãos
Enterrar sua cabeça na areia
Difícil não fazer outros planos
E dizer que você fez tudo que pôde
Tudo sozinho
E a vida
Deve continuar.


É difícil
Difícil defender o que é certo
E levar o bacon para casa toda noite
Difícil não desabar e chorar
Quando cada ideal que você tentou
Estava errado
Mas você deve
Continuar.


É difícil
Mas você sabe que vale à pena lutar
Por que você sabe que tem a verdade ao seu lado
Quando as acusações voarem
Aguente firme!
Não tenha medo do que eles dirão
Quem liga para o que os covarde acham? De qualquer jeito,
Eles irão entender um dia
Um dia.


É difícil
Difícil quando você está aqui completamente sozinho
E todo os outros vão para casa
Mais difícil distinguir o certo do errado
Quando toda objetividade se foi
E isso se foi
Mas você ainda
Continua.


Porque você
Você é o único que restou
E você tem que limpar essa bagunça
Você sabe que acabará como o resto
Amargurado e mudado, a menos que
Você permaneça forte
E você continua.


É difícil
Mas você sabe que vale à pena lutar
Porque você sabe que tem a verdade ao seu lado
Quando as acusações voarem
Aguente firme!
Não tenha medo do que eles dirão
Quem liga para o que os covardes acham? De qualquer jeito,
Eles irão entender um dia
Um dia .


É difícil
Mas você sabe que vale à pena lutar
Porque você sabe que tem a verdade ao seu lado
Quando as acusações voarem
Aguente firme!
Não tenha medo do que eles dirão
Quem liga para o que os covardes acham? De qualquer jeito,
Eles irão entender um dia
Um dia
Um dia.
(Yann Tiersen)





A vida dá as suas voltas e um dia todos compreendem o que achavam nunca pode ser compreendido. Enquanto isso, tendo dias bons ou ruins é preciso lutar, não contra os outros ( deixe-os de lado), mas contra você mesmo! Sua luta diária, suas limitações, não tendo medo do que as pessoas acham, pensam... Ser apenas você mesmo. Você é um ser único, como qualquer outro, e é especial justamente por isso: Você existe!
 Se você se anula, deixa de ser o que é... Quem fará o seu papel nesse teatro? Quem realizará seus sonhos? Ninguém. Por isso permaneça forte e continue! É dificil, mas você sabe que vale a pena lutar.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Não sentindo...

Não sentir
"O hábito tem-lhe amortecido as quedas. Mas sentindo menos dor, perdeu a vantagem da dor como aviso e sintoma. Hoje em dia vive incomparavelmente mais sereno, porém em grande perigo de vida: pode estar a um passo de estar morrendo, a um passo de já ter morrido, e sem o benefício de seu próprio aviso prévio." ( LISPECTOR, Clarice. In: A descoberta do mundo)

Madrugada. O sono não chega. Em compensação chegam muitas outras coisas no corpo e na mente. Trezentas vezes ou pelo menos trinta das trezentas ( sem o benefício do exagero poético) levantei e deitei, talvez na tentativa vã de cansar o corpo e tornar mais fácil a ele convencer a mente de que preciso realmente dormir. 
Ah, notei hoje quanto tempo faz que não escrevo nada do que sinto. Não há uma poesia que registre os últimos ou costumeiros sentimentos que veem inutilmente me acompanhado nesses tempos. To mesmo é engasgada. Algum alimento ou coisa parecida de que experimentei me fez mal ou simplesmente não desceu... Talvez tenha sido aquela espinha de peixe do jantar. Talvez. O fato é que as palavras não estão saindo  ou pelo menos não as que eu quero que saiam.  Nem mesmo  tão necessárias, como sempre, elas são. Hoje não há nada tão vital, que não possa ser retirado. A impressão que dá é que me acostumei com as faltas ou deixei a rebeldia de lutar contra elas finalmente. De repente me sinto leve nesse vazio... Realmente desprendida. É como se não precisasse de nada além do que tenho e como se sentisse que não sofreria se amanhã não tivesse mais o que tenho. Mas bem sei que é ilusão, as faltas e as sobras sempre doem. Não há como não sentir "perdas" e "ganhos" quando são "reais". Mas hoje não... Sei que não sinto. Pelo menos não hoje. Não nesse momento. Nesse momento estou dopada. Entorpecida. Não sei bem explicar essa falta de emotividade que hoje me abateu. Na verdade, seria mais falta de afetividade... Hoje a solidão me caiu muito bem, hoje eu não preciso desesperadamente de alguma companhia. Hoje eu não preciso ir a lugar algum... Tenho o mundo em minha mente e dentro dela tudo é possível. Ir a qualquer lugar é possível; ver desde às ruas frias de Paris ao sol do Caribe. Mas não quero sair. Não quero lugar algum, além do que estou. É possível também até sonhar e ver realizado meus desejos mais profundos, ver destruídos meus medos mais medonhos e construído aquele mundo que ontem eu sonhei. Mas deixarei pra imaginar amanhã. Hoje é o cansaço, é o vazio, é o desprezo, é o desapego, é a inexistência. Nada é possível, por que nada é sentido. Pelo menos nada de que eu já conheça, já tenha visto, ouvido ou sentido. Nada de que faça algum sentido, nada que seja duradouro, verdadeiro, nada disso hoje é possível. Por que hoje não há espaço para o sonho, nem mesmo há espaço para a razão. Hoje é só o branco. O nevoeiro branco de quem sente por uma noite o vazio imenso e imensurável do nada. E eu continuo... Continuo não sentindo.
                                                                                                                       Luanna ( Lua) às 3:08 am.
         

terça-feira, 26 de julho de 2011

A virtude corrompida


    
  Hoje vou comentar um filme do Giuseppe Tornatore que me inquietou muito um tempo desses. Malena ( nome do filme e também da personagem)  faz uma “denúncia” a exclusão social e aos meios utilizados para se “corromper” as virtudes; ao desdém que uma “sociedade” parece demonstrar a algo que não possui explicação ou a algo que vai além dos conceitos pré-estabelecidos por ela.  Malena com sua beleza desperta o desejo dos homens da cidade e a inveja e maledicência das mulheres que não conseguem explicar o fascínio que esta repentinamente tem sobre seus homens.  O que ocorre é que ambos, de uma forma ou de outra, desejam a beleza de Malena, porém essa parece inacessível (em especial aos homens). A beleza dela (virtude nata que possui) é intocável de tal forma que para que tenham seus desejos satisfeitos ou para pelo menos tornar isso possível, mais tangível, é preciso então corromper essa beleza despejando em Malena calunias (chamando-a de vagabunda, p* e sinônimos).  De repente parece isso, essa forma articulada de agir, como uma espécie de desvalorização do preço: Malena é desvalorizada, para se tornar mais fácil “comprá-la”, se é que isso é possível. Lembrando até aquele ditado popular famoso: “Quem desdenha, quer comprar”.
      Através de ações e palavras tomadas por inveja e cobiça ao mesmo tempo, a imagem de dela é destruída de tal forma que esta se torna o que a sociedade espera dela: Uma prostituta.  Inicialmente a troco de comida, com forte resistência e depois? Pela desgraça já ter se instalado? Por ela se encontrar já no fundo do poço? Por comodismo então? Não se sabe. Arriscaria dizer, mais ousadamente, que ela veria naquilo a única maneira também de contrariar a sociedade que a corrompeu, de agredi-la. O fato é que Malena torna-se com isso, acessível a quem a quiser. E não era esse o objetivo?  É provável.
    A beleza de Malena, interpretada por Monica Bellucci no filme do Tornatore, é mais do que uma beleza aparente, visível; é algo que emana invisivelmente do seu ser e atinge a todos, despercebidamente.  E suas formas além de gestos são como uma leve caricia. Basta notar os estímulos eróticos que esta provoca no jovem Renato quando simplesmente anda na rua com suas compras. São geniais os cortes feitos de uma imagem a outra nesta cena, pois se torna mais fácil imaginar o que se passa na cabeça do jovem Renato em plena descoberta da sexualidade e dos impulsos, além de notar as suas sensações.
  Outra, não sei se ao mero acaso, mas coincidência ou não já repararam a semelhança que tem o nome Malena com Madalena? Seria isso proposital? Se sim, temos então que Malena pode estar fazendo referencia a Maria Madalena, que era também prostituta, segundo a bíblia. E que relação podemos estabelecer entre Maria Madalena e Malena além desta mais gritante? Deixo essa questão a vocês leitores. Por que vocês tem o direito ao questionamento e desenvolver suas próprias ideias e argumentos. Eu só exponho os meus com relação às coisas e a maneira como eu as recebo para mim. Cada cabeça é um universo não é verdade?
   Segundo  o site do Estadão, no caderno de cinema, Tornatore teria se baseado para criar o filme numa ideia ou romance de Luciano Vincenzoni. Infelizmente não tenho acesso a este material e não posso comparar a obra ao filme para ter uma visão mais completa da mensagem passada por ambos. Se elas convergem ou divergem, não sei bem. Não sou nenhuma critica cinematografa nem especialista ou profissional do assunto, enfim não sou nenhuma “grandona”, mas o que sei é que mesmos os grandes esquecem uma coisa aqui ou ali. Os grandes também esquecem detalhes, esquecem de notar outros sentidos e ai então, pequenos como eu podem então ter alguma “validade” , em outras palavras, pequenos também contribuem para a cultura.  Pequenos também tem pensamentos, concepções, leituras e formas de ver o mundo. Eu estou aqui para mostrar o que o filme deu a entender a mim. É apenas uma manifestação de opinião. Manifestem-se! Viva a “liberdade” de expressão! Que sejamos todos capaz opinar e discordar sem agredir a ninguém. 

Confiram também:
A música que aparece no filme: Ma L'amore No- Lina Termini
E a música tema, composta pelo Ennio Morricone: Malena

Abertas as inscrições para concurso literário José Lins do Rego

Já estão abertas as inscrições para o Prêmio Literário José Lins do Rego, iniciativa da Fundação Espaço Cultural (Funesc) em parceria com A União Superintendência de Imprensa e Editora. Os interessados têm até 5 de setembro para enviar suas propostas e concorrer gratuitamente nos gêneros romance ou novela, poesia, infanto-juvenil, dramaturgia, ensaio literário e conto ou crônica.

Mais informações você encontra na página Portal Correio, onde foi divulgada a notícia. 

--> As inscrições serão encerradas em 5 de setembro. A inscrição é gratuita e a ficha, assim como o edital, podem ser acessados pelo site da Funesc.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Meu corpo


Meu corpo, guarda-roupa de minhas falhas,
Veiculo certo, de minhas jornadas,
Abrigo de amor, que envolve e se espalha
Iluminando a mente, em vidas passadas.

Meu corpo, santuário que agasalha
Meu espírito, viajante de jornadas
Múltiplas, transformadas em mortalhas
No percurso de tantas caminhadas.

Quando meu corpo transmigrar na milenar
Metamorfose, meu espírito voltará
Reencarnado, num corpo vivo, exemplar.

Assim, no final de tanto caminhar,
Descansa o corpo, e o espírito passará
Ao etéreo, purificando-se pra voltar.

Antonio Alves Correia Filho (Tareco)

   Post retirado do blog do autor seutareco no qual se encontram postadas algumas crônicas, mensagens, cordéis e poesias do mesmo ( o autor alagoagrandense Antonio Alves C. Filho - meu avô por sinal) que possui uma obra poética pouco divulgada e que, digamos, está mais voltada às questões espirituais ( devido a este ser espírita).  O autor com simplicidade discorre diversos temas, dentre os que mais o instigam estão: A morte, a vida, a velhice, juventude, o sobrenatural, o amor...etc.
  Caso se interessem, além do blog do autor, disponibilizo ao acesso a entrevista realizada pela TV  ITARARÉ (PB) a respeito da fama de seus cordéis em sua cidade.


Lágrima Insana




Sinto um aperto aflito, sou devastado.
Nasço no reflexo de uma alma serena.
Desliso nas maçãs do pecado.
 Paro nos lábios que por si envenena.
 Caio levemente, com sabor amargurado.
 No caminho sofrido, o percurso marcado.
 Ao som dos soluços, os fragmentos no ar.
Se refaz o trajeto enquanto o aperto durar.
 Lágrima Insana...

(Alexsandro Macedo costa)

Poema de um  amigo... Com tanta sensibilidade ele descreve a dor de uma lágrima de tristeza e o seu percurso até encontrar descanso nos lábios, no ápice da sua mais completa agonia. As lágrimas e o seu gosto "amargurado" como descreve nosso poeta... Doí, mas só em que as derrama. Para o restante, lágrimas são apenas lágrimas... Lágrimas insentidas não dizem nada.

Para ouvir:


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Vida

Sempre a desencorajada alma do homem
resoluta indo à luta.
(Os contingentes anteriores falharam?
Pois mandaremos novos contingentes
e outros mais novos.)
Sempre o cerrado mistério
de todas as idades deste mundo
antigas ou recentes;
sempre os ávidos olhos, hurras, palmas
de boas-vindas, o ruidoso aplauso;
sempre a alma insatisfeita,
curiosa e por fim não convencida,
lutando hoje como sempre,
batalhando como sempre.
(Walt Whitman)




Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca; 
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada 
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta 
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso 
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria 
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada 
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.
(Oswaldo Montenegro)

A busca do Ser e aceitação de novas perspectivas

"Hoje sei muito bem que nada repugna tanto o homem do que seguir pelo caminho que o conduz a si mesmo" (Herman Hesse in Demian)


     Há momentos em que todos nos embaraçamos para "sempre", perdidos e agarrados a um passado sem retorno, um sonho de um "paraíso" perdido e este acaba assassinando todos os outros sonhos. Você acabou de morrer e nem se quer notou. Até quando podemos  sonhar um sonho antigo? Será que viver nesta ilusão, impedirá que brote da fonte outros sonhos? Uma plena e consciente renovação do sonhar e do sonhador. É possível?  Sinclair se pergunta diversas vezes, sem notar: Estou disposto a aceitar esse novo eu, "aquilo que brotou espontaneamente de mim"? Ou estou preso ainda às antigas sensações, antigos projetos, antiga vida. Sinclair vive o duelo entre viver o que ele chama de "Mundo divino" ou viver no "mundo obscuro", e o livro inteiro parece mostrar que não há como dividir o mundo entre o que é benéfico e maléfico. Tudo possui um caráter divino e térreo ao mesmo tempo. Max Demian o mostra que é possível entender o mundo e até mesmo Deus ( para eles o Abraxas) como uma mistura dessas duas realidades ou melhor, dessas duas energias. Ambas vitais ao universo. Pois não existe o mal sem o bem, nem o bem sem o mal. Para que se possa apontar e denominar uma coisa é preciso que se reconheça o outro como sendo o oposto. Parecer mais clara, o extremo oposto. Exemplo: Homem/ mulher; Deus/Diabo; bem/mal; heterossexual/homossexual; velho/novo; tudo mais que estabeleça uma relação dual, biforme, binária.
  Sinclair percorre um caminho onde dar poder aos seus próprios anseios, torná-los reais, significa ignorar convenções sociais, padrões... Isso de inicio é bem difícil a ele, pois a criação, os costumes, a própria "cultura" que o cerca ( construída pelo seu lar, escola, etc) estão profundamente enraizadas e parecem sempre o condenar. Condenar tudo que defende, tudo que pensa, tudo que gostaria de realizar. Pôr-lo em um minusculo mundo e estigmatizá-lo de "fruto da árvore do mal" ( encontrei essa expressão para melhor definir a maneira como talvez ele se sinta em meio a esse mundo que divide as coisas.
 Apesar de tudo, com todas essas dificuldades, Sinclair parece realizar uma forte quebra de convicções, paradigmas, e buscar outros... Movido ao seu desejo, ouvindo os conselhos do jovem Demian que diz: "Somente as ideias que vivemos é que têm valor"; "aquele que acha mais cômodo não ter que pensar por si mesmo e ser seu próprio juiz acaba por submeter-se às proibições vigentes"; ignorando comparações, Sinclair busca a si mesmo fora do que se chama sociedade, observando então seus desejos mais íntimos e ao que fala sua "alma", o que lhe pede o "coração". Enfim, entender a realidade e o imaginário como algo que brota dentro de nós, pois "[...] se os outros vivem tão irrealmente é porque aceitam como realidade as imagens exteriores e sufocam em si a voz do mundo interior", ou seja, as próprias ideias, desejos e o próprio EU. 
  Sinclair se sente diferente: não compartilha dos mesmos desejos que vê possuir a maioria das outras pessoas. Sua busca é a alegria que vem de dentro e não a aparente. Eva, mãe de Demian, o diz: "Você não deve entregar-se a desejos nos quais não acredita. Sei o que deseja. Você tem que abandonar esses desejos ou desejá-los de verdade e totalmente".
  Seriam esses desejos as novas convicções que Sinclair têm medo de aceitar? Tem medo ele de que sejam elas permanentes? Mas como diria Chaplin "Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre". Não há convicção permanente. As mudanças ocorrem antes mesmo de percebemos, algumas antes mesmo de querermos... E outras, mesmo quando não queremos.
   Mas a obra Demian abre um leque para uma porção de discussões filosóficas, toda vez que se lê ela, pode se ter uma ideia nova, uma nova interpretação. Nunca é o mesmo livro. Hoje eu decidi falar desse aspecto, que eu pelo menos, julgo ter "encontrado" este e me encantado por ele nesse encontro, mas sempre a algo a acrescentar.  A obra é de todos. Todos que leem e  pensam sobre ela. Fiquem a vontade! Vamos construir o novo!

Lua


terça-feira, 5 de julho de 2011

Amor é foco...


 Eu disse isso uma vez. É quando você olha para outra pessoa e diz: É você e mais ninguém que eu quero! É quando não sobra espaço para outros olhares, é quando nenhuma presença lhe deixa mais feliz daquele modo, é quando você conta as horas para estar ao lado de quem você ama. Eu disse uma vez: O amor é uma fecha quebrada. Se enterra no peito e não se arranca mais. Quem tem um amor guardado, dificilmente volta a ser o que era antes... Alguns se revoltam, se tornam frios, outros amolecem de vez... Todos ficam à merce do queira o amor! 
   E eu teimo em falar do amor, por que não quero o ódio, mas toda vez que começo parece que nunca digo nada além de bobagens. O amor é tão indescritível, tão contraditório, que não se casa com palavras. Os poetas e escritores, pobres metidos, é que acham que podem falar dele e eu me incluo nesta lista, mas a verdade é que nada precisamos saber do amor, além daquilo que já pulsa algum dia em nós. Só digo uma coisa: O amor tem em sim a esperança mais forte, e para se ter esperança é preciso de uma fé ainda mais forte. Pois o amor tem essa fé, acredite.
 Ah, se o amor fosse construído em apenas um olhar... era só desviar, e pronto, lá se foi. Mas ele marca, ele muda nosso ser. Então ele é e não é o foco. Foco talvez por que se desprende toda uma energia para um objetivo. Mas se fosse apenas um foco, do qual sempre fosse escolhido, meu foco não seria você... E esse seu mundo desconhecido.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Caminhos

  Há apenas dois caminhos: O caminho do ódio e do amor... Qual você escolhe? O do amor é mais difícil, por isso poucos escolhem... O do ódio é fácil: é só vê como caminha a humanidade e seguir com ela.




Quizás, Quizás, Quizás...



Acalanto

Vai amado.
Busca por onde quiseres,
com quem quiseres,
como quiseres,
o prazer.
Até mesmo,
aquele prazer que um dia alguém apelidou de amor.
E, se por acaso te cansares e,
do compromisso que um dia nos uniu te lembrares,
se desejares, volta.
Serei a que conforta.
Não saberás da dor,
da saudade,
das lágrimas sentidas que tua ausência causou.
( Ada Ciocci)

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sorria ( Smile)




Sorria, embora seu coração esteja doendo
Sorria, mesmo que ele esteja partido
Quando há nuvens no céu
Você sobreviverá...

Se você apenas sorri
Com seu medo e tristeza
Sorria e talvez amanhã
Você descobrirá que a vida ainda vale a pena se você apenas...
Sorri.

Ilumine sua face com alegria
Esconda todo rastro de tristeza
Embora uma lágrima possa estar tão próxima
Este é o momento que você tem que continuar tentando
Sorria, pra que serve o choro?
Você descobrirá que a vida ainda vale a pena
Se você apenas...


Se você sorri
Com seu medo e tristeza
Sorria e talvez amanhã
Você descobrirá que a vida ainda vale a pena
Se você apenas Sorrir...

Este é o momento que você tem que continuar tentando
Sorria, pra que serve o choro?
Você descobrirá que a vida ainda vale a pena
Se você apenas Sorrir
(Charles Chaplin)


A versão original, composta por Chaplin para o filme "Tempos Modernos":
Eu sugiro para quem gosta de músicas mais antigas a versão de Nat King Cole e para quem gosta de versões mais joviais e também cheias de sensibilidade recomendo a de Josh Groban, que ficou muito bonita também com sua voz suave e lírica: http://www.youtube.com/watch?v=fGC-0j3HKBE



quinta-feira, 23 de junho de 2011

A primeira vez que me vi triste...



   Eu vivia sempre cantando e isso incomodava muita gente. Entretanto algumas outras pessoas, mais comovidas, diziam: És tão alegre assim para estar sempre cantando?
  Mas eu nada respondia, apenas continuava a cantoria. Continuava por que aquilo me trazia alegria e quando cantava eu esquecia o mundo lá fora: Com as guerras, as maldades, as trapaças e tudo mais que eu não queria mais ver. Já tinha fechado os olhos e decidido permanecer na minha ilusão: Sonhar era definitivamente melhor e imponha sempre coragem para viver.
   Quando dava vontade, cantava. E quando passava cantando... Alguns riam, me achando louca, outros paravam e diziam: Até que tens uma linda voz. 
Mas eu nunca acreditava muito nisso, então sorria num singelo obrigado.
   Numa das vezes me perguntaram se aquilo tudo era amor, se o meu canto era de um coração ardente de paixão e eu, finalmente, respondi alguma coisa:
 - Sou apaixonada pela vida. Ela me fascina.
- Ah bom... Tá explicado.
  E segui meu caminho, sem responder mais alguma pergunta. Aonde chegava cantava e quando cantava alegrava quem quer que fosse desde a moça ou rapaz mais triste até a (o) mais risonha (o). Sem distinções de sexo, classe, apenas pela vontade de querer levar alegria. 
   Então um dia perdi alguém que gostava muito: Um câncer impiedoso havia levado e eu, então, soube como era triste ver alguém tão querido sumir em menos de dois meses. Era alguém que estivera a vida toda comigo, alguém dos meus tempos de infância. Alguém que eu tinha total certeza de que me amava e eu me senti impotente, pois nada podia fazer além de assistir e rezar. A doença era fatal na maioria das vezes e mesmo assim até o último instante eu guardava uma ponta de esperança de que ela se recuperaria e eu poderia novamente vê-la sorrindo. Mas pouco tempo depois me vestia de um luto que quase me mata junto: Eu adoeci de saudades. Fiquei tão fraca que pensei que não ia me recuperar e fui parar no hospital, quase morta. Aquilo fora uma experiência única... Minha vida mudou depois daquilo: Não tinha mais tanto medo de morrer. A morte era gelada, mas nos enchia de paz. Era como se aos poucos você fosse sumindo e, de repente, você não tinha mais consciência de que existia ou de que houvesse existo. A falta de consciência da existência nos retirava toda a dor, era isso que acontecia. Só para ter noção, indague-se: se você não existisse, sentiria dor? Certamente que não.
   Mas eu vivi, contrariando todos aqueles que se alegraram com meu padecer e comecei finalmente meus estudos apos uns três difíceis meses de espera e de dor: Manter a mente ocupada parecia ter sido a solução, pois agora mal tinha tempo para lembrar. Mesmo assim, foi difícil soltar a voz para entoar meu primeiro canto. Ele saiu leve e tão tímido, que achei que não ia sair... Mas depois cresceu e se espalhou de forma misteriosa, mais forte do que antes. Eu agora cantava tão alto que mesmo as montanhas mais altas poderiam escutar aqueles sons agudos e graves emitidos. Estava me recuperando e aos poucos voltava a sorrir.
  Aquele mundo se mostrava muito novo para mim. Imaginava que iria encontrar muita gente interessante, sensível. O pior era que sempre esperava de alguma forma catar algum resquício de sensibilidade em cada pessoa. Conheci pessoas de fato sensíveis, amáveis, tão queridas que não imaginava um dia ter que expulsá-las da minha vida. Algumas não despertando nada em mim, me surpreenderam com tanta amabilidade e leveza de coração. Outras nem se quer se aproximavam, nem também deixavam que me aproximasse... Permaneceram lá, intactas como porcos-espinhos, envoltas em si mesmas de tão reservadas que eram. Não houve com estas alguma troca de energia, nem boa nem má e talvez fosse até melhor assim. Algumas pessoas jamais nós iremos conhecer o mínimo possível. Essas a gente vê, diz um oi educado e deixa passar.
  O fato era que a esse mundo e qualquer outro que se apresentava para mim, minha resposta era o canto: Cantava e o sorriso dançava por entre esses sons emitidos. Era minha dádiva ter voz para cantar, pois quantos nem se quer tinham. Eu amava as palavras, a poesia, a música e só por isso, também amava o universo.
  Foi uma tristeza  ontem: foi um ano sem música, sem voz, sem vontade de cantar... E só agora vejo a música retornando para mim como um barco ao seu convés, fazendo paz em meu coração... Ah! por que quando eu parei de cantar, meu chapa...
Foi a primeira vez que me vi  triste.


Luanna Alves ( Vulgo Lua)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Talvez o Amor... ( Perhaps Love)


Composição: John Denver & Placido Domingo


Talvez o amor seja como um local de descanso,um abrigo da tempestade.
Ele existe para te oferecer conforto, Ele está lá para te manter aquecido
E naqueles tempos de dificuldade quando você está sozinho,
A lembrança do amor vai te trazer para casa.


Talvez o amor seja como uma janela,Talvez uma porta aberta,
Ele te convida para chegar mais perto, Ele quer te mostrar mais
E mesmo se você perder a si mesmo e não souber o que fazer,
A lembrança do amor vai te acompanhar.


O amor para alguns é como uma nuvem, Para alguns tão forte como o aço
Para alguns um modo de vida, para alguns um modo de sentir.
E alguns dizem que o amor está persistindo E alguns dizem que está desistindo
E alguns dizem que o amor é tudo e alguns dizem que não sabem...


Talvez o amor seja como o oceano, Repleto de conflito, repleto de dor
Como uma chama quando está frio lá fora, Um trovão quando chove.
Se eu viver eternamente E todos os meus sonhos tornarem-se realidade,
Minhas lembranças do amor serão sobre você...


E alguns dizem que o amor está persistindo e alguns dizem que está desistindo...
E alguns dizem que o amor é tudo e alguns dizem que não sabem.


Talvez o amor seja como o oceano, Repleto de conflito, repleto de dor
Como uma chama quando está frio lá fora, Um trovão quando chove.
Se eu viver eternamente e todos os meus sonhos tornarem-se realidade,
Minhas lembranças do amor serão sobre você...




Todo mundo sempre tem alguém para lembrar e levar consigo, não é verdade? Atire a primeira pedra quem disser que não.


Para quem quiser conferir a música: 
http://www.youtube.com/watch?v=csVPkiFhQiw

Suco de (a) laranja lima


   Estou a fim de falar hoje sobre uma história que muito me sensibilizou e quem sabe, com sorte, incentivar a leitura.
    A sensibidade transpassada por esse livro ( Meu pé de laranja lima) e sua história nos deixa pasmos:
 - Poxa! deveria ter lido antes! - É o que pensamos depois.
     Através do olhar de um simples e jovem garotinho todo o mundo é percebido, ora repleto de fantasia, ora cheio de uma dura realidade. Com uma linguagem simples o autor nos leva por essa narrativa envolvente.
  Zezé é um menininho de 5 anos de idade extremamente sensível e peralta que sofre constantemente com a incompreensão das pessoas ao redor até que conhece o portuga Manuel Valadares, que se torna  seu melhor amigo. 
  Assim como "O pequeno príncipe" de Exupéry, com uma história aparentemente muito infantil, "Meu pé de Laranja Lima" de José Mauro de Vasconcellos tem muito a nos ensinar. Não em termos de conhecimento cientifico, mas de conhecimento aplicado à vida ( a sabedoria do viver), pois nos mostra questões como o valor da verdadeira amizade, o amor ao próximo, a família. É um livro que nos ensina a "olhar para o outro". Olhar cada qual com seus conflitos, com suas diferenças, como seres humanos que são e que merecem ser amados, compreendidos e escutados.
     O personagem principal vive constantemente a preocupação de fazer o melhor possível às pessoas ao seu redor, de não machucá-las e ao mesmo tempo tentando não se machucar.
    É certo que o corre-corre do dia-a-dia nos impede de observar muitas coisas, a falta algumas vezes de paciência também ( falo por mim, que quando sou impaciente, sou muito) nos impede de ver as atitudes corretas. Mas todos nós temos a capacidade de ser felizes e fazer alguém muito feliz, mas não sabemos muita vezes como. Parece por vezes que precisamos realizar algo muito grandioso para que o significado do "eu me importo com você" seja notado, mas a verdade é que muitas vezes é algo extremamente simples a coisa capaz de demonstrar isso, de tornar o carinho, o afeto e tudo mais que queira ser demonstrado verdadeiro e real. 
    Estamos em nós mesmos, ouvindo a nós mesmos nesses momentos. Talvez se pudêssemos observar como um desconhecido, como alguém fora da situação, veríamos melhor as coisas e a solução para elas. Tomaríamos assim as decisões "corretas" machucando o minimo possível aos outros e a nós mesmos. Mas será que esse exercício é possível de ser feito quando estamos exaltados nas nossas emoções? 
 Creio que talvez seja concebível, mas requer paciência e prática acima de tudo.
   Ah! queridos (as), nós perdemos constantemente o controle... o foco... a razão, a sensibilidade. Se isso não fosse possível, não seriamos humanos. O humano está sujeito a sentir, a se perder, a chorar, a sofrer, a sorrir, a ser egoísta, a ser bom e principalmente a errar. 
     Sim, erramos e não admitimos. Sim, somos idiotas muitas vezes. Sim, muitas vezes somos diferentes de como costumamos ser e com isso mesmo querendo uma coisa, acabamos fazendo outra. As vezes queremos tratar alguém muito especial de uma maneira e acabamos tratando de maneira oposta ao que desejamos. Que droga! Pena que não há como corrigir as atitudes de ontem, porém... O maravilhoso é que podemos corrigir as de hoje para que não sejam como as de ontem. Mudar a trajetória, tomar novo caminho, fazer escolhas importantes, ter novas convicções... É preciso estar sempre aberto e iluminado para aceitar o NOVO. Mas mais do que isso: É preciso QUERER esse NOVO. Lutar para torná-lo possível.

  Isso também é difícil. Muitas coisas são difíceis. Zezé talvez tenha aprendido isso cedo demais, ou talvez tenha sido no tempo certo: Mesmo que esse tenha se apressado um pouco em relação ao de muita gente.
    Poxa! Já imaginou como a vida, os livros, os filmes, tudo que temos a nosso dispor tem a nos oferecer, a nos ensinar? Nada deveria ser ignorado então... Nada deveria ser deixado de lado. 
    Só que existem as escolhas e elas parecem dizer: Se preferir isso, automaticamente excluirá isso ou terá que deixar isso. Não se pode ter tudo ao mesmo tempo, mas o que se tem deveria bastar... Ou melhor, "deve bastar".  Acabei de lembrar com isso daquele poema de Cecilia Meireles "Ou isto ou aquilo".
"[...]
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo nos dois lugares!
[...]Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo."

  Enfim, já que não podemos usufruir de tudo devido as escolhas, então pelo menos da fruta que tivermos, espremeremos todo o suco.
Pois então: viva o suco de laranja lima! Viva aos aprendizados!