expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass' onkeydown='return checartecla(event)'>

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Suco de (a) laranja lima


   Estou a fim de falar hoje sobre uma história que muito me sensibilizou e quem sabe, com sorte, incentivar a leitura.
    A sensibidade transpassada por esse livro ( Meu pé de laranja lima) e sua história nos deixa pasmos:
 - Poxa! deveria ter lido antes! - É o que pensamos depois.
     Através do olhar de um simples e jovem garotinho todo o mundo é percebido, ora repleto de fantasia, ora cheio de uma dura realidade. Com uma linguagem simples o autor nos leva por essa narrativa envolvente.
  Zezé é um menininho de 5 anos de idade extremamente sensível e peralta que sofre constantemente com a incompreensão das pessoas ao redor até que conhece o portuga Manuel Valadares, que se torna  seu melhor amigo. 
  Assim como "O pequeno príncipe" de Exupéry, com uma história aparentemente muito infantil, "Meu pé de Laranja Lima" de José Mauro de Vasconcellos tem muito a nos ensinar. Não em termos de conhecimento cientifico, mas de conhecimento aplicado à vida ( a sabedoria do viver), pois nos mostra questões como o valor da verdadeira amizade, o amor ao próximo, a família. É um livro que nos ensina a "olhar para o outro". Olhar cada qual com seus conflitos, com suas diferenças, como seres humanos que são e que merecem ser amados, compreendidos e escutados.
     O personagem principal vive constantemente a preocupação de fazer o melhor possível às pessoas ao seu redor, de não machucá-las e ao mesmo tempo tentando não se machucar.
    É certo que o corre-corre do dia-a-dia nos impede de observar muitas coisas, a falta algumas vezes de paciência também ( falo por mim, que quando sou impaciente, sou muito) nos impede de ver as atitudes corretas. Mas todos nós temos a capacidade de ser felizes e fazer alguém muito feliz, mas não sabemos muita vezes como. Parece por vezes que precisamos realizar algo muito grandioso para que o significado do "eu me importo com você" seja notado, mas a verdade é que muitas vezes é algo extremamente simples a coisa capaz de demonstrar isso, de tornar o carinho, o afeto e tudo mais que queira ser demonstrado verdadeiro e real. 
    Estamos em nós mesmos, ouvindo a nós mesmos nesses momentos. Talvez se pudêssemos observar como um desconhecido, como alguém fora da situação, veríamos melhor as coisas e a solução para elas. Tomaríamos assim as decisões "corretas" machucando o minimo possível aos outros e a nós mesmos. Mas será que esse exercício é possível de ser feito quando estamos exaltados nas nossas emoções? 
 Creio que talvez seja concebível, mas requer paciência e prática acima de tudo.
   Ah! queridos (as), nós perdemos constantemente o controle... o foco... a razão, a sensibilidade. Se isso não fosse possível, não seriamos humanos. O humano está sujeito a sentir, a se perder, a chorar, a sofrer, a sorrir, a ser egoísta, a ser bom e principalmente a errar. 
     Sim, erramos e não admitimos. Sim, somos idiotas muitas vezes. Sim, muitas vezes somos diferentes de como costumamos ser e com isso mesmo querendo uma coisa, acabamos fazendo outra. As vezes queremos tratar alguém muito especial de uma maneira e acabamos tratando de maneira oposta ao que desejamos. Que droga! Pena que não há como corrigir as atitudes de ontem, porém... O maravilhoso é que podemos corrigir as de hoje para que não sejam como as de ontem. Mudar a trajetória, tomar novo caminho, fazer escolhas importantes, ter novas convicções... É preciso estar sempre aberto e iluminado para aceitar o NOVO. Mas mais do que isso: É preciso QUERER esse NOVO. Lutar para torná-lo possível.

  Isso também é difícil. Muitas coisas são difíceis. Zezé talvez tenha aprendido isso cedo demais, ou talvez tenha sido no tempo certo: Mesmo que esse tenha se apressado um pouco em relação ao de muita gente.
    Poxa! Já imaginou como a vida, os livros, os filmes, tudo que temos a nosso dispor tem a nos oferecer, a nos ensinar? Nada deveria ser ignorado então... Nada deveria ser deixado de lado. 
    Só que existem as escolhas e elas parecem dizer: Se preferir isso, automaticamente excluirá isso ou terá que deixar isso. Não se pode ter tudo ao mesmo tempo, mas o que se tem deveria bastar... Ou melhor, "deve bastar".  Acabei de lembrar com isso daquele poema de Cecilia Meireles "Ou isto ou aquilo".
"[...]
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo nos dois lugares!
[...]Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo."

  Enfim, já que não podemos usufruir de tudo devido as escolhas, então pelo menos da fruta que tivermos, espremeremos todo o suco.
Pois então: viva o suco de laranja lima! Viva aos aprendizados! 

3 comentários:

  1. Aprendizado é algo lento e dificultoso. Com as facilidades que a vida nos oferece hoje, a maioria das pessoas se tornaram preguiçosas demais, e o pior, viraram escravas dos conceitos da sociedade. Não conhecem a si mesmos e não tem sequer um sonho. A procura do prazer imediato é intensa. Realmente há uma importancia muito grande de se amar uns aos outros, mas as pessoas não sabem nem o que significa amar...

    ResponderExcluir
  2. A parte "então pelo menos da fruta que tivermos, espremeremos todo o suco.", ficou forte.

    Texto interessante. Gostei da atitude de indicar livros em postagens.

    Valeu!

    ResponderExcluir
  3. Nossa, eu me mato com isso, não tenho a menor capacidade para escolher...

    ResponderExcluir