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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sorria ( Smile)




Sorria, embora seu coração esteja doendo
Sorria, mesmo que ele esteja partido
Quando há nuvens no céu
Você sobreviverá...

Se você apenas sorri
Com seu medo e tristeza
Sorria e talvez amanhã
Você descobrirá que a vida ainda vale a pena se você apenas...
Sorri.

Ilumine sua face com alegria
Esconda todo rastro de tristeza
Embora uma lágrima possa estar tão próxima
Este é o momento que você tem que continuar tentando
Sorria, pra que serve o choro?
Você descobrirá que a vida ainda vale a pena
Se você apenas...


Se você sorri
Com seu medo e tristeza
Sorria e talvez amanhã
Você descobrirá que a vida ainda vale a pena
Se você apenas Sorrir...

Este é o momento que você tem que continuar tentando
Sorria, pra que serve o choro?
Você descobrirá que a vida ainda vale a pena
Se você apenas Sorrir
(Charles Chaplin)


A versão original, composta por Chaplin para o filme "Tempos Modernos":
Eu sugiro para quem gosta de músicas mais antigas a versão de Nat King Cole e para quem gosta de versões mais joviais e também cheias de sensibilidade recomendo a de Josh Groban, que ficou muito bonita também com sua voz suave e lírica: http://www.youtube.com/watch?v=fGC-0j3HKBE



quinta-feira, 23 de junho de 2011

A primeira vez que me vi triste...



   Eu vivia sempre cantando e isso incomodava muita gente. Entretanto algumas outras pessoas, mais comovidas, diziam: És tão alegre assim para estar sempre cantando?
  Mas eu nada respondia, apenas continuava a cantoria. Continuava por que aquilo me trazia alegria e quando cantava eu esquecia o mundo lá fora: Com as guerras, as maldades, as trapaças e tudo mais que eu não queria mais ver. Já tinha fechado os olhos e decidido permanecer na minha ilusão: Sonhar era definitivamente melhor e imponha sempre coragem para viver.
   Quando dava vontade, cantava. E quando passava cantando... Alguns riam, me achando louca, outros paravam e diziam: Até que tens uma linda voz. 
Mas eu nunca acreditava muito nisso, então sorria num singelo obrigado.
   Numa das vezes me perguntaram se aquilo tudo era amor, se o meu canto era de um coração ardente de paixão e eu, finalmente, respondi alguma coisa:
 - Sou apaixonada pela vida. Ela me fascina.
- Ah bom... Tá explicado.
  E segui meu caminho, sem responder mais alguma pergunta. Aonde chegava cantava e quando cantava alegrava quem quer que fosse desde a moça ou rapaz mais triste até a (o) mais risonha (o). Sem distinções de sexo, classe, apenas pela vontade de querer levar alegria. 
   Então um dia perdi alguém que gostava muito: Um câncer impiedoso havia levado e eu, então, soube como era triste ver alguém tão querido sumir em menos de dois meses. Era alguém que estivera a vida toda comigo, alguém dos meus tempos de infância. Alguém que eu tinha total certeza de que me amava e eu me senti impotente, pois nada podia fazer além de assistir e rezar. A doença era fatal na maioria das vezes e mesmo assim até o último instante eu guardava uma ponta de esperança de que ela se recuperaria e eu poderia novamente vê-la sorrindo. Mas pouco tempo depois me vestia de um luto que quase me mata junto: Eu adoeci de saudades. Fiquei tão fraca que pensei que não ia me recuperar e fui parar no hospital, quase morta. Aquilo fora uma experiência única... Minha vida mudou depois daquilo: Não tinha mais tanto medo de morrer. A morte era gelada, mas nos enchia de paz. Era como se aos poucos você fosse sumindo e, de repente, você não tinha mais consciência de que existia ou de que houvesse existo. A falta de consciência da existência nos retirava toda a dor, era isso que acontecia. Só para ter noção, indague-se: se você não existisse, sentiria dor? Certamente que não.
   Mas eu vivi, contrariando todos aqueles que se alegraram com meu padecer e comecei finalmente meus estudos apos uns três difíceis meses de espera e de dor: Manter a mente ocupada parecia ter sido a solução, pois agora mal tinha tempo para lembrar. Mesmo assim, foi difícil soltar a voz para entoar meu primeiro canto. Ele saiu leve e tão tímido, que achei que não ia sair... Mas depois cresceu e se espalhou de forma misteriosa, mais forte do que antes. Eu agora cantava tão alto que mesmo as montanhas mais altas poderiam escutar aqueles sons agudos e graves emitidos. Estava me recuperando e aos poucos voltava a sorrir.
  Aquele mundo se mostrava muito novo para mim. Imaginava que iria encontrar muita gente interessante, sensível. O pior era que sempre esperava de alguma forma catar algum resquício de sensibilidade em cada pessoa. Conheci pessoas de fato sensíveis, amáveis, tão queridas que não imaginava um dia ter que expulsá-las da minha vida. Algumas não despertando nada em mim, me surpreenderam com tanta amabilidade e leveza de coração. Outras nem se quer se aproximavam, nem também deixavam que me aproximasse... Permaneceram lá, intactas como porcos-espinhos, envoltas em si mesmas de tão reservadas que eram. Não houve com estas alguma troca de energia, nem boa nem má e talvez fosse até melhor assim. Algumas pessoas jamais nós iremos conhecer o mínimo possível. Essas a gente vê, diz um oi educado e deixa passar.
  O fato era que a esse mundo e qualquer outro que se apresentava para mim, minha resposta era o canto: Cantava e o sorriso dançava por entre esses sons emitidos. Era minha dádiva ter voz para cantar, pois quantos nem se quer tinham. Eu amava as palavras, a poesia, a música e só por isso, também amava o universo.
  Foi uma tristeza  ontem: foi um ano sem música, sem voz, sem vontade de cantar... E só agora vejo a música retornando para mim como um barco ao seu convés, fazendo paz em meu coração... Ah! por que quando eu parei de cantar, meu chapa...
Foi a primeira vez que me vi  triste.


Luanna Alves ( Vulgo Lua)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Talvez o Amor... ( Perhaps Love)


Composição: John Denver & Placido Domingo


Talvez o amor seja como um local de descanso,um abrigo da tempestade.
Ele existe para te oferecer conforto, Ele está lá para te manter aquecido
E naqueles tempos de dificuldade quando você está sozinho,
A lembrança do amor vai te trazer para casa.


Talvez o amor seja como uma janela,Talvez uma porta aberta,
Ele te convida para chegar mais perto, Ele quer te mostrar mais
E mesmo se você perder a si mesmo e não souber o que fazer,
A lembrança do amor vai te acompanhar.


O amor para alguns é como uma nuvem, Para alguns tão forte como o aço
Para alguns um modo de vida, para alguns um modo de sentir.
E alguns dizem que o amor está persistindo E alguns dizem que está desistindo
E alguns dizem que o amor é tudo e alguns dizem que não sabem...


Talvez o amor seja como o oceano, Repleto de conflito, repleto de dor
Como uma chama quando está frio lá fora, Um trovão quando chove.
Se eu viver eternamente E todos os meus sonhos tornarem-se realidade,
Minhas lembranças do amor serão sobre você...


E alguns dizem que o amor está persistindo e alguns dizem que está desistindo...
E alguns dizem que o amor é tudo e alguns dizem que não sabem.


Talvez o amor seja como o oceano, Repleto de conflito, repleto de dor
Como uma chama quando está frio lá fora, Um trovão quando chove.
Se eu viver eternamente e todos os meus sonhos tornarem-se realidade,
Minhas lembranças do amor serão sobre você...




Todo mundo sempre tem alguém para lembrar e levar consigo, não é verdade? Atire a primeira pedra quem disser que não.


Para quem quiser conferir a música: 
http://www.youtube.com/watch?v=csVPkiFhQiw

Suco de (a) laranja lima


   Estou a fim de falar hoje sobre uma história que muito me sensibilizou e quem sabe, com sorte, incentivar a leitura.
    A sensibidade transpassada por esse livro ( Meu pé de laranja lima) e sua história nos deixa pasmos:
 - Poxa! deveria ter lido antes! - É o que pensamos depois.
     Através do olhar de um simples e jovem garotinho todo o mundo é percebido, ora repleto de fantasia, ora cheio de uma dura realidade. Com uma linguagem simples o autor nos leva por essa narrativa envolvente.
  Zezé é um menininho de 5 anos de idade extremamente sensível e peralta que sofre constantemente com a incompreensão das pessoas ao redor até que conhece o portuga Manuel Valadares, que se torna  seu melhor amigo. 
  Assim como "O pequeno príncipe" de Exupéry, com uma história aparentemente muito infantil, "Meu pé de Laranja Lima" de José Mauro de Vasconcellos tem muito a nos ensinar. Não em termos de conhecimento cientifico, mas de conhecimento aplicado à vida ( a sabedoria do viver), pois nos mostra questões como o valor da verdadeira amizade, o amor ao próximo, a família. É um livro que nos ensina a "olhar para o outro". Olhar cada qual com seus conflitos, com suas diferenças, como seres humanos que são e que merecem ser amados, compreendidos e escutados.
     O personagem principal vive constantemente a preocupação de fazer o melhor possível às pessoas ao seu redor, de não machucá-las e ao mesmo tempo tentando não se machucar.
    É certo que o corre-corre do dia-a-dia nos impede de observar muitas coisas, a falta algumas vezes de paciência também ( falo por mim, que quando sou impaciente, sou muito) nos impede de ver as atitudes corretas. Mas todos nós temos a capacidade de ser felizes e fazer alguém muito feliz, mas não sabemos muita vezes como. Parece por vezes que precisamos realizar algo muito grandioso para que o significado do "eu me importo com você" seja notado, mas a verdade é que muitas vezes é algo extremamente simples a coisa capaz de demonstrar isso, de tornar o carinho, o afeto e tudo mais que queira ser demonstrado verdadeiro e real. 
    Estamos em nós mesmos, ouvindo a nós mesmos nesses momentos. Talvez se pudêssemos observar como um desconhecido, como alguém fora da situação, veríamos melhor as coisas e a solução para elas. Tomaríamos assim as decisões "corretas" machucando o minimo possível aos outros e a nós mesmos. Mas será que esse exercício é possível de ser feito quando estamos exaltados nas nossas emoções? 
 Creio que talvez seja concebível, mas requer paciência e prática acima de tudo.
   Ah! queridos (as), nós perdemos constantemente o controle... o foco... a razão, a sensibilidade. Se isso não fosse possível, não seriamos humanos. O humano está sujeito a sentir, a se perder, a chorar, a sofrer, a sorrir, a ser egoísta, a ser bom e principalmente a errar. 
     Sim, erramos e não admitimos. Sim, somos idiotas muitas vezes. Sim, muitas vezes somos diferentes de como costumamos ser e com isso mesmo querendo uma coisa, acabamos fazendo outra. As vezes queremos tratar alguém muito especial de uma maneira e acabamos tratando de maneira oposta ao que desejamos. Que droga! Pena que não há como corrigir as atitudes de ontem, porém... O maravilhoso é que podemos corrigir as de hoje para que não sejam como as de ontem. Mudar a trajetória, tomar novo caminho, fazer escolhas importantes, ter novas convicções... É preciso estar sempre aberto e iluminado para aceitar o NOVO. Mas mais do que isso: É preciso QUERER esse NOVO. Lutar para torná-lo possível.

  Isso também é difícil. Muitas coisas são difíceis. Zezé talvez tenha aprendido isso cedo demais, ou talvez tenha sido no tempo certo: Mesmo que esse tenha se apressado um pouco em relação ao de muita gente.
    Poxa! Já imaginou como a vida, os livros, os filmes, tudo que temos a nosso dispor tem a nos oferecer, a nos ensinar? Nada deveria ser ignorado então... Nada deveria ser deixado de lado. 
    Só que existem as escolhas e elas parecem dizer: Se preferir isso, automaticamente excluirá isso ou terá que deixar isso. Não se pode ter tudo ao mesmo tempo, mas o que se tem deveria bastar... Ou melhor, "deve bastar".  Acabei de lembrar com isso daquele poema de Cecilia Meireles "Ou isto ou aquilo".
"[...]
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo nos dois lugares!
[...]Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo."

  Enfim, já que não podemos usufruir de tudo devido as escolhas, então pelo menos da fruta que tivermos, espremeremos todo o suco.
Pois então: viva o suco de laranja lima! Viva aos aprendizados! 

domingo, 19 de junho de 2011

ENYA



   Eithne Patricia Ní Bhraonáin, conhecida como Enya, (Gaoth Dobhair, 17 de maio de1961) é uma cantora, instrumentista e compositora irlandesa. Seu nome é, por vezes, apresentado na mídia como Enya Brennan; Enya é uma transliteração aproximada de como Eithne é pronunciado em seu irlandês nativo.
    Ela começou sua carreira musical em 1980, e rapidamente se juntou à banda Clannad, de sua família, antes de sair para prosseguir com sua carreira solo. Seu álbum Watermark, que foi lançado em 1988, a levou ao reconhecimento internacional, e Enya ficou conhecida por seu som único, que foi caracterizado por camadas de voz, melodias folk, cenários sintetizados e reverberações etéreas.



01.The Celts
02.Aldebaran
03.I Want Tomorrow
04.March of the Celts
05.Deireadh an Tuath
06.The Sun in the Stream
07.To Go Beyond (I)
08.Fairytale
09.Epona
10.Triad St. Patrick
11.Portrait
12.Boadicea
13.Bard Dance
14.Dan y Dwr
15.To Go Beyond (II)

Tam: 62Mb

terça-feira, 7 de junho de 2011

A Transmutada

           “Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo”.

    Sentia uma nostalgia ao ouvir aquela velha música e chegava a bater-lhe uma saudade enorme daquela menina com ar de criança crescida, aparentemente boba, ingenua. Quando procurava desatenta, não via se quer sinal de que ela existira, nada a lembrar, nenhuma lembrança de sua persoanalidade destruida.
   Cada sorriso que ela oferecia, por mais triste que fosse, representava um sonho seu, uma bonita esperança. Mas e hoje, o que dela havia ainda?
   Via a menina diante de seus olhos uma realidade que definitivamente não lhe descia por mais que empurrasse, no entanto diante à releitura de seus olhos, agora opacos, ela ignorou tal tristeza e decepção e fingiu estar tudo bem. Ergueu a cabeça.
   Por dentro sentia-se perdida, não do mundo, mas de si propria. Era como se tivesse que nascer de novo para poder então se sentir. Dessa forma então, iniciou uma construção turbulenta: Sonhos antigos substituidos por novos e as emoções que julgava tão profundas, descartadas, maltratadas. Eram tão pueris, mas eram o que havia de mais real e em duvida ficou de jogá-las ou não, mas optou inda sim pelo não.
   Ligada por um forte desejo de ser como era antes, ela sabia no entanto que o perdido era irrecuperavel e, como gente grande, entendeu que o deixado pra tras poderia nunca mais ser visto, seria agora um fantasma: Vem, pertuba um pouco e não deixa nada. Vai do jeito que veio, assim sem mais nem mesmo e levar, inda bem, não leva nada.
    Via sua meiguice de criança tomar ares de seriedade, e seu sorriso desenfreado agora buscava motivos, ria apenas do que achava graça. Tornara-se tão responsável, tão endurecida, que não se comovia mais com aquelas canções que antes ouvia. De repente elas ficaram vazias, sem sentido. Foram só canções de momentos  ou ela que se tornara complexa demais para as canções? Ela vivia um outro momento. Era seu florescer. Sua vibrações eram outras, seus amigos eram outros, seus desejos também outros. De repente sentia-se capaz de lutar pelo que acreditava: Descobrira-se uma idealista.
   No espelho do quarto não via a mesma face, mas num mergulhar mais profundo via semilaridade a algum ser dantes visto: Via um traço, um resquicio, parecido com algo que encontrou no passado. Era a sua doçura, bem escondida, como um balde no fundo de um poço. Que terá acontecido com aquela menina?
   A vida atuou sobre ela, que tinha expressões novas a dispor; uma cara fechada e um óculos, efeito das leituras que a vida lhes proporcionou.
   Ela assumiu-se de vez tal como era, deixou seus cabelos cachearem como queriam, não dizendo-lhes rebeldia, aceitava-os agora e amava-os. Escrevia mais do que nunca, sobre tudo que sentisse vontade de escrever: Não precisava conter, não precisava esconder. Não precisava rasgar mais o que sentia, tampouco sentia necessidade de divulgar a mudança: Deixa estar ( let it be), deixa ser o que se é. Hoje é isso, amanhã quem nos dirá? Não queria pertencer a grupos, nem a padrões, nem a definições. Podia ser a contradição que era e ser feliz. Um ser dubio como todos os outros. Podia simplesmente transmutar-se, reinventar-se, adaptar-se: Podia simplesmente...
Ser humana.
           Sentir...
                    Sentir...
                         e morrer
                              sentindo...


                                                                                                                                  Luanna Alves  ( Lua)


Aos seres mutáveis assumidos:
http://www.youtube.com/watch?v=9j5Jhpd1H98

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Não há derrota que resista ao esforço e a luta!

                                                                                                    (Liniers Macanudo)


Quer maior prova de idealismo? lutar pelo que deseja até não haver mais motivos para lutar, até não haver mais força para gastar.
Quer maior prova de romantismo? tentar alcançar as estrelas, mas saber que, na impossibilidade, melhor do que nunca vê-las de perto é contentar-se de ao menos poder contemplá-las ao longe.
 Ah, a lua,  as estrelas, não podemos alcançá-las...
mas isso é o bastante para não querê-las?
É. Desculpe, mas há quem acredite no impossível.
Há quem acredite no amor,
há quem lute para manter a poesia viva,
há quem seja realmente gentil, deve haver;
há quem se importe com a maldade que cresce e o individualismo exacerbado...

  As pessoas deixam a cada dia o amor de lado, a cada dia tem menos tempo para os amigos, para a familia, para o (a) parceiro (a); a cada dia, vejo todos se empenhando em cumprir funções animalescas: Dormir bem, comer bem e fazer um bom sexo e nada mais que isso. A vida torna-se o simples fazer de tudo para se manter protegido na sua individualidade e o simples cumprimento de funções que a sociedade nos delimita.
Mas a vida se resume a se "sentir bem"? Quantas vezes você deixou de lado o seu " se sentir bem" para "fazer o bem" à alguém? 
Quantas vezes você reparou alguém que estava cabisbaixo na rua e ofereceu alguma palavra? Tudo bem...Era um estranho... 
Só por isso ele não merece que você vá lá e tente conversar? E se ele te der um toco? E dai? Você foi esperando consolo ou consolar? Você foi oferecer afeto ou buscar? Você foi não para "ter" algo, mas para "oferecer" algo. O que vier, é lucro. É presente. Agradeça... Mesmo que não acredite que exista algo superior a nós, agradeça. Agradeça a quem quer que for. Agradeça a si mesmo, agradeça a vida. Esteja sempre pronto...
"Um pássaro sozinho não faz verão", mas ainda há quem acredite no impossível, quem acredite no amor, quem lute para manter a poesia viva, quem seja realmente gentil, quem se importe com a maldade e o individualismo exacerbado que crescem. Há quem queira fazer alguma diferença.
O amor está em nós, deixe ele se espalhar.

Românticos

Ah, os românticos, que santos!
Deles se extraem aquele ar de candura
das flores que nunca murcham, flores essas tão puras!
Eles(as) são feitos de mel e cobertos de doçura...
Então vai, tritura-os, toma-os, lambe-os!
Das feias, as mais belas criaturas
são os que chamam de românticos.

Ah, os românticos, cheios de encantos,
entoam as mais belas canções
de paz, esperança ou amor...
Ah, o romântico!no seu jovial ardor,
é em si a própria canção:
canta com tanta emoção
que se esquece que despedaçou,
que precisa ser  enfaixado,
que todo o amor que lançou
apodreceu no mercado.

Ah, os românticos, que santos!
Amam tanto que esquecem do "goods byes", dos byes,
os românticos, tão santos!
vivem a lamentar por ai os seus ais.
- Ai ai... ai ai...
Que tolos esses românticos!

Luanna Alves de Oliveira ( Lua)

                                                                                                                                     6 de junho de 2011.



Uma linda música para todos os sonhadores e idealistas:
http://www.youtube.com/watch?v=TYWWK_Rohhs

Um beijo

que tivesse um blue.
Isto é
imitasse feliz a delicadeza, a sua,
assim como um tropeço
que mergulha surdamente
no reino expresso do prazer.

Espio sem um ai
as evoluções do teu confronto
à minha sombra
desde a escolha
debruçada no menu;
um peixe grelhado
um namorado
uma água sem gás
de decolagem:
leitor embevecido
talvez ensurdecido
"ao sucesso"
diria meu censor "à escuta"
diria meu amor.


Ana Cristina César

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O enterrado vivo

É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.

É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.

É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.

É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.

Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.


( Carlos Drummond de Andrade)

Os Ombros suportam o mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

(Carlos Drummond de Andrade)