Dizia Euclides da Cunha: "Um sertanejo é, antes de tudo, um forte."
Um escritor é, para mim, antes de tudo, um sonhador. Ele é um sonhador e fabrica muitas vezes também um sonho para quem não tem. Seja esse sonho identificado por meio de um ideal, de uma frase que nos atinge e emociona ou um personagem que representa o que formos, o que somos ou o que pretendemos ser. A literatura serve para isso, para emocionar, transmitir mensagens; sensibilizar. Quantas vezes lemos algo que nos tocou profundamente e que nos deu a impressão de que antes de lê-lo eramos um e depois algo mudou? Quantos livros marcam e até fazem parte da construção constante de nossa personalidade, essa imagem inacabada... Esse quebra-cabeças "eterno"? Assim como as pessoas, quando mergulhamos para entendê-las, nos provocam sensações, emoções, tormentas e modificações; os livros e a arte também. Uns mais que outros. Algumas leituras são incansáveis e sempre novas. Um livro, com o passar dos anos, nunca é o mesmo. Hoje é lido de uma forma, em um contexto, e outro tempo ele é lido de outra forma. Aliais, o livro até é o mesmo: As páginas continuam as mesmas, a escrita também; mas nós não e por isso a maneira como recebemos a mensagem torna-se diferente.
Gostaria de propor uma coisa então, que pode até ser considerada como um "exercício filosófico": Que cada um faça uma lista de livros, filmes e pessoas que passaram nas suas vidas e que transformaram, mudaram algo ou marcaram a construção de vossas personalidades. E então, se indaguem:
1- Por que isso te emocionou, te tocou?
2- O que isso te trouxe de novo?
3- Como você costumava ser antes disso? como passou a ser depois disso? Conseguiria explicar?
Sou um pouco ou muito historicista nesse sentido. Acredito que mergulhar ajuda a entender. E entender as vezes pode provocar as mudanças. Mergulhar, entender: Modificar-se.