expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass' onkeydown='return checartecla(event)'>

terça-feira, 26 de julho de 2011

A virtude corrompida


    
  Hoje vou comentar um filme do Giuseppe Tornatore que me inquietou muito um tempo desses. Malena ( nome do filme e também da personagem)  faz uma “denúncia” a exclusão social e aos meios utilizados para se “corromper” as virtudes; ao desdém que uma “sociedade” parece demonstrar a algo que não possui explicação ou a algo que vai além dos conceitos pré-estabelecidos por ela.  Malena com sua beleza desperta o desejo dos homens da cidade e a inveja e maledicência das mulheres que não conseguem explicar o fascínio que esta repentinamente tem sobre seus homens.  O que ocorre é que ambos, de uma forma ou de outra, desejam a beleza de Malena, porém essa parece inacessível (em especial aos homens). A beleza dela (virtude nata que possui) é intocável de tal forma que para que tenham seus desejos satisfeitos ou para pelo menos tornar isso possível, mais tangível, é preciso então corromper essa beleza despejando em Malena calunias (chamando-a de vagabunda, p* e sinônimos).  De repente parece isso, essa forma articulada de agir, como uma espécie de desvalorização do preço: Malena é desvalorizada, para se tornar mais fácil “comprá-la”, se é que isso é possível. Lembrando até aquele ditado popular famoso: “Quem desdenha, quer comprar”.
      Através de ações e palavras tomadas por inveja e cobiça ao mesmo tempo, a imagem de dela é destruída de tal forma que esta se torna o que a sociedade espera dela: Uma prostituta.  Inicialmente a troco de comida, com forte resistência e depois? Pela desgraça já ter se instalado? Por ela se encontrar já no fundo do poço? Por comodismo então? Não se sabe. Arriscaria dizer, mais ousadamente, que ela veria naquilo a única maneira também de contrariar a sociedade que a corrompeu, de agredi-la. O fato é que Malena torna-se com isso, acessível a quem a quiser. E não era esse o objetivo?  É provável.
    A beleza de Malena, interpretada por Monica Bellucci no filme do Tornatore, é mais do que uma beleza aparente, visível; é algo que emana invisivelmente do seu ser e atinge a todos, despercebidamente.  E suas formas além de gestos são como uma leve caricia. Basta notar os estímulos eróticos que esta provoca no jovem Renato quando simplesmente anda na rua com suas compras. São geniais os cortes feitos de uma imagem a outra nesta cena, pois se torna mais fácil imaginar o que se passa na cabeça do jovem Renato em plena descoberta da sexualidade e dos impulsos, além de notar as suas sensações.
  Outra, não sei se ao mero acaso, mas coincidência ou não já repararam a semelhança que tem o nome Malena com Madalena? Seria isso proposital? Se sim, temos então que Malena pode estar fazendo referencia a Maria Madalena, que era também prostituta, segundo a bíblia. E que relação podemos estabelecer entre Maria Madalena e Malena além desta mais gritante? Deixo essa questão a vocês leitores. Por que vocês tem o direito ao questionamento e desenvolver suas próprias ideias e argumentos. Eu só exponho os meus com relação às coisas e a maneira como eu as recebo para mim. Cada cabeça é um universo não é verdade?
   Segundo  o site do Estadão, no caderno de cinema, Tornatore teria se baseado para criar o filme numa ideia ou romance de Luciano Vincenzoni. Infelizmente não tenho acesso a este material e não posso comparar a obra ao filme para ter uma visão mais completa da mensagem passada por ambos. Se elas convergem ou divergem, não sei bem. Não sou nenhuma critica cinematografa nem especialista ou profissional do assunto, enfim não sou nenhuma “grandona”, mas o que sei é que mesmos os grandes esquecem uma coisa aqui ou ali. Os grandes também esquecem detalhes, esquecem de notar outros sentidos e ai então, pequenos como eu podem então ter alguma “validade” , em outras palavras, pequenos também contribuem para a cultura.  Pequenos também tem pensamentos, concepções, leituras e formas de ver o mundo. Eu estou aqui para mostrar o que o filme deu a entender a mim. É apenas uma manifestação de opinião. Manifestem-se! Viva a “liberdade” de expressão! Que sejamos todos capaz opinar e discordar sem agredir a ninguém. 

Confiram também:
A música que aparece no filme: Ma L'amore No- Lina Termini
E a música tema, composta pelo Ennio Morricone: Malena

Nenhum comentário:

Postar um comentário